quinta-feira, 28 de março de 2013

Sinceridade ou estupidez


A propósito de um comentário que li há uns dias sobre a forma de ser sincera e/ou direta dos holandeses oposta a forma de ser “subtil” dos latinos, apetece-me refletir sobre o que é isto de ser sincero. Porque na minha opinião há diversas interpretações desta palavra, que muitas vezes é mal usada tanto em palavras como em atos.
Em primeiro lugar não vou aqui discutir se os holandeses são mais ou menos diretos que os “latinos”, países do sul. A minha experiência não é suficientemente grande para ter uma opinião vincada. Obviamente que os comportamentos são diferentes, pois a cultura também o é. E talvez aqui eles vão diretas à questão e nós gostemos de florear ou contornar os assuntos, talvez…meras suposições.
Aquilo que aqui quero deixar é a minha opinião acerca do “desculpa lá é que eu sou, muito sincera/o”… e apetece-me dizer diretamente “olha vai à merd…que ninguém te pediu opinião”!!
É que há pessoazinhas que se agarram a esta sinceridade mal interpretada pra descarregarem frustrações com quem se cruzam. Quem é que não sofreu já de um comentário (amigo ou conhecido) do tipo “estás mais gorda”, “mais velha”, e por ai adiante. Assim do nada, tipo comentário de rua levamos com isto nas ventas, ninguém pediu opinião, mas ouvimos na mesma. Toma lá que é de graça. E se parecermos indignadas ainda levamos com o dito cujo “é que eu sou muito sincera”. Mas qual é a sinceridade aqui??? Sinceridade ou estupidez?!!
Não me parece que alguém seja feliz espalhando este venenozinho, não acredito! E com certeza grande parte de nós já o fez consciente ou inconscientemente. Eu já o fiz e por não me ter sentido bem a seguir (porque tenho cérebro para refletir sobre as minhas atitudes) escolho não o fazer.
Não vou acrescentar nada à vida daquela pessoa. Ela não vai começar a fazer dieta porque eu lhe disse que estava gorda. O que ganho com isso é que se fique a sentir mal. E nenhum Ser Humano tem o direito de magoar gratuitamente o outro. Com que prepósito o faz?!! Porque é sincero!!?? Valha-nos a Santa. Com tanta sinceridade já têm lugar garantido no céu!!
Contrariamente é raro ouvir dizer estás mais bonita, magra ou nova….é que este tipo de comentários costuma magoar a quem o diz!!! Com certeza!
Hão-de experimentar fazê-lo. Encontrar alguém na rua que conhecem (amigo ou conhecido) e dar-lhe um elogio SINCERO (porque se o não for, também ele o perceberá). Ambos se sentirão muito bem e o dia vai com certeza correr-vos melhor. Isto é a regra básica do “comportamento gera comportamento”. Más energias geram más energias…Boas energias geram boa energias. Felicidade gera felicidade.
Isto trouxe-me à lembrança um episódio que me aconteceu (não há assim tantos tempo) vítima também da sinceridade absoluta de uma colega de trabalho, a quem até essa data quase chamei de amiga. Livra!!
Não sou propriamente a melhor colega de trabalho em termos sociais. Sou excelente para a entidade empregadora, mas isso não costuma agradar aos colegas. Nunca tenho grande tempo para tomar cafés e cafezinhos de meia hora, não fumo, não gosto e faço tudo para não chegar atrasada. Gosto mesmo de trabalhar e ser útil nas horas que me pagam e sou chata se o meu trabalho depender do trabalho dos outros que não o fazem com o mesmo profissionalismo. E aqui atenção não sou uma “cabra” de ir fazer queixinhas ao chefe. Não tenho esse direito, nem maldade para o fazer. Sentir-me-ia muito mal comigo se o fizesse. Mas claro, não sou perfeita, nem assertiva o suficiente para o dizer com bons modos porque vou enchendo e esperando que o outro se toque (o que raramente acontece) e claro quando já não posso mais rebento. Típico. Com muita pena minha porque ninguém gosta de ser julgado, criticado ou pressionado. Eu também não. Como tal ainda tenho muito para aprender.
Resumindo, fora do trabalho sei ser uma grande maluca com os colegas com quem mais me identifico. 
Voltando ao episódio que me aconteceu foi a propósito de eu não ser a típica colega querida e social que todos querem nas festas…Uma noite fui a um jantar de colegas de trabalho, onde também foram alguns acompanhantes. Este realizou-se na casa de uma colega, que curiosamente, eu até chocava profissionalmente. Mas lá está, eu separo trabalho e conhaque! Nem todos o fazemos e eu senti isso na pele da pior forma. Ainda hoje acho que o sinto!!!
O jantar correu às mil maravilhas, bebemos uns copos e a determinada altura uma colega que é uma fofinha, que precisa de o SER, que se vê como a defensora dos fracos e oprimidos. Com a qual eu pensava ter uma boa relação viu-me, naquela noite como um alvo a abater. Resumindo agarrando-se à tal sinceridade disse o que quis e o que não quis na frente de todos (colegas e acompanhantes, que não tinham nada a ver com o assunto). Humilhando-me de uma forma que poucas vezes o devo ter sentido segurei as lagrimas para não ser ainda mais ridicularizada. Eu nem me tentei defender, pois estava efetivamente em campo inimigo e como persona non grata, resumi-me à minha insignificância.
Ainda que ela tivesse razão, parece-me que não era o momento de o fazer. Ainda hoje me custa falar no assunto, talvez porque era uma pessoa por quem eu tinha muita estima. Enfim… Não ganhou nada com isso, se calhar o apreço dos outros. Magoou-me como pouca gente o fez na minha vida. Eu não mudei o meu comportamento profissional. Tenho muito para aprender, sim, mas falta de rigor e profissionalismo para agradar aos demais, não, obrigada.
Espero nunca fazer isto a ninguém. Se algum dia tiver que usar desta falsa sinceridade que pelo menos tenha o discernimento de escolher o momento e o local apropriado. Não me parece que humilhar seja a solução. Jamais me perdoarei se fizer isto a alguém!!
O mais interessante é que passado quase um ano desse episódio saímos quase na mesma altura da empresa, ela primeiro que eu. Quando se despediu de mim demos um abraço sentido e disse-me “ahh desculpa qualquer coisa mas eu sou muito sincera e direta”. Poupa-me!
…e é isto, sinceridade ou estupidez?!!
Eu prefiro não ser sincera se isso implica magoar gratuitamente os outros!
Finalmente consigo publicar mensagens aqui, depois de quase uma semana com um erro qualquer.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Tassen Museum

Hoje fui com a minha taalcoach ao Tassen Museum  (museu das malas e das carteiras).
Muito interessante, sem dúvida uma visita obrigatória a quem se diz louca por malas.
Este museu retrata a evolução das malas na Europa desde a Idade Média até aos dias de hoje. A coleção é absolutamente fantástica. Malas de todos os tamanhos e feitios. Com os mais diversos materiais, desde papel, a pele de elefante, passando por prata, enfim uma infinidade.
Diz-se que as malas começaram a ser usadas tanto por homens como por mulheres porque antigamente a roupa era desprovida de bolsos internos.
No final lembrei-me que a coleção estava incompleta, falta-lhes uma mala feita em cortiça. Tão bonitas e produzidas em Portugal. Ainda vou lá voltar para lhes dar essa sugestão.
Vai na volta nem sabem que existem malas em cortiça.
De qualquer maneira vale muito a pena a visita, até porque o edifício é muito bonito por dentro. Depois da visita ao museu há também uma cafetaria, onde se pode tomar um chá num espaço encantador.
Isto é uma espécie de mochila/caixa feita em madeira. Usada no seculo XVII para transportar e guardar a ardósia. Servia também de mesa, pois nesta altura ainda não as havia nas escolas. Interessante.  
Este é apenas um dos muitos exemplos que lá se podem ver. 
Dica: entrada gratuita com o Museum Kaart (gosto mesmo deste cartão)

quinta-feira, 21 de março de 2013

quarta-feira, 20 de março de 2013

Equilíbrio

Corpo sã, em mente sã (será que é isto).
Bem hoje comecei assim o dia. Esqueçam lá a imagem de fundo....foi mesmo num ginásio, mas soube muito bem. Sempre tive em mente que Yoga não era para mim...menina que gosta de ação. Mas é, tudo chega a seu tempo.
E nesta altura de desassossego interior, procurei refugio no equilíbrio "espiritual" da coisa....e foi um bom dia. Se calhar é também porque oficialmente começou a primavera...não por estas bandas.

Só sei que mais coisa menos coisa...faltam SETE meses!!!!
....E o bilhete está comprado!!!!
UI!!!!!!!!!!

sexta-feira, 15 de março de 2013

Vamos falar de dinheiro

Abri esta novo separador/etiqueta no meu blogue porque o assunto me parece importante.
Estou longe de ser uma especialista na matéria e apesar de em tempos ter pensado enveredar por esta área profissional (gestão/economia/contabilidade) ainda bem que não o fiz, pois não me imagino viver no meio de números, até porque não sou grande fã dos mesmos.
De qualquer maneira, acho que até tenho algum jeito para a gestão caseira e talvez consiga dar algumas dicas úteis. Que aos meus olhos me parecem muito simples e obvias, mas não é bem assim, pelo que me conta a minha experiência.
A seu tempo, vou então deixando aqui algumas palavras.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Anônimos

Acabei mesmo agora de vir de uma espécie de grupo de ajuda para pessoas que querem partilhar os seus problemas e o que lhes vai na alma. 
Depois de um dia esgotante de trabalho que me sugou todas as energias (que por esta altura já não são muitas) de uma dor de cabeça daquelas, lá fui eu. E sói fui porque sou moça para cumprir todos os meus compromissos...e ainda bem que fui. 
Obviamente que não fui lá partilhar os meus problemas, não que os não tenha, mas comparados com os que ouvi, resumi-me à minha insignificância. Senti-me pequenina por me queixar de alguma coisa na minha vida. Por esta altura os meus problemas têm quase sempre apenas um tema: o tempo, ou melhor o mau tempo que por aqui faz, as saudades e afins.
Fui a convite da minha coordenadora de voluntariado, pois como educadora social e neste momento voluntária é bom estar em contato com estas histórias e numa próxima vez posso acompanhar o meu “maatje” (a pessoas que voluntario) nestes encontros.
Foi super interessante, histórias de vida exageradamente pesadas, que passam quase sempre por viver na rua um par de anos. Vai sendo recorrente neste país. Eu não vejo quase sem-abrigos aqui, mas que os há, há e muitos.
A história de uma mulher, relativamente nova que viveu em "transe", aliás desistiu de viver após a morte inesperada do marido. 
Ouvir estas histórias na primeira pessoa é duro. Não são filmes ou histórias que alguém nos conta, são os próprios, com as emoções e a linguagem corporal de quem está a passar, passou e/ou ultrapassou um momento (ou parte da vida) numa situação traumatizante.
Infelizmente o meu nível de holandês ainda não me permite perceber tudo.
Mas talvez uma das frases marcantes da noite foi a de uma senhora ao referir que viveu um par de anos na rua e que nunca se sentiu tão sozinha e “desprotegida” como atualmente que vive numa casa.  É contraditório, mas compreensível. Depois de um longo período na rua é necessário reaprender a ter um quotidiano “normal” seja lá o que isso for.
...
Enquanto lá estava dei por mim a divagar sobre a minha experiência profissional enquanto educadora de adultos, das histórias, da partilha, das emoções, das lágrimas, do carinho, da empatia, dos sorrisos...porque de tudo isto se constrói a palavra social...e é de tudo isto que eu sou feita. 

terça-feira, 5 de março de 2013

ahhhh e enquanto em Portugal chove e faz frio, aqui está um dia lindo, primaveril. Um sol de fazer inveja, diria até (quase) calor.
E é mesmo isto...a vida segue o seu curso.

Nervosa de mim

Não há nada como um dia após o outro. É frase feita, mas é verdade.
Há dias que parece que carregamos o mundo às costas, tudo corre mal, nada faz sentido, até o mais pequeno dos detalhes não está no lugar certo.
E de repente, no outro dia, acorda-se de manhã e tudo se compõe, tudo segue o seu curso, tudo flui...assim simplesmente.
Prometo muito a mim mesma que da próxima vez não me vou preocupar tanto, não vou fazer mil filmes na minha cabeça e sofrer por antecipação, tudo acaba por se resolver. Mas vou eu lá pensar assim no momento da aflição, no momento é que apanho o "murro no estômago". Ainda não aprendi. Gostava que a experiência de vida me ensinasse, mas não sou assim tão boa aluna.
Este nervoso miudinho que faz parte de mim tira-me anos de vida. O que me vai valendo é que lá bem no fundo sou uma otimista e vou conseguindo gerir estas emoções. Mas o que eu queria mesmo, mesmo era aprender a controlá-las, pois elas, às vezes, tomam conta de mim.
Tudo acaba sempre por se resolver, é a verdade. E tudo o que não nos faz sentido e parece uma tragédia, acaba sempre por ter um porquê.
Enfim, tonta que eu sou!!!

sexta-feira, 1 de março de 2013

Surpresa agradável

Não sabia ao que ia, suspeitava.
As instruções só diziam para levar roupão, chinelos e biquíni. Bem, que metia água isso era obvio, piscina, sauna, talvez jacuzzi (sou fã)???
E foi aqui  que passei a minha tarde.
Adoro ambientes SPA, entra-se num mundo à parte e esquece-se do resto. Ser recebida com tempo, atenção, a aromoterapia no ar, a música relaxante, o chá quentinho, entregar-me nas mãos de profissionais. Hummm, gosto mesmo.
Que não gosta de ser cuidada e mimada.
Fiquei cliente e recomendo.