quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Detalhes - 2

Fazer o bem, sem olhar a quem!!!

Sem dúvida um dos meus lemas de vida.

Boa noite.

Da janela da minha casa


Está paradinha aqui mesmo em frente, será que me vieram buscar e não me avisaram. Upsssss

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Muda de vida

Sabem uma coisa, se soubesse que isto de mudar de ares era tão bom já o tinha feito há mais tempo!!!
É bom mudar de vida, de morada, de hábitos, de rotinas…recomeçar praticamente do zero. É fantástico, é como viver outra vida (e eu nem estava cansada da minha).
Sério, arrisquem, há tanto a ganhar, ainda que nem tudo corra na perfeição, cai-se, levanta-se, não é aquele caminho, vai-se pelo outro, aprende-se, cresce-se, evolui-se…
Não deveria haver medos ou receios que pudessem travar a vontade de mudar porque a mudança é sempre positiva a quem está descontente. A vida é, efectivamente, efémera e não há tempo para perder, há sim muito para descobrir. 
Palavras sábias, as deste senhor, António Variações: 

Muda de vida
Se tu não viveres satisfeito
Muda de vida
Estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida
Não deves viver contrafeito
Muda de vida
Se há vida em ti e outro jeito

Ver-te a sorrir, eu nunca te vi
E a cantar, eu nunca te ouvi
Será de ti ou pensas que tens
Que ser assim

Para os mais indecisos, este livro é capaz de dar uma ajudinha:

Lembre-se:
Olha que a vida não, não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver


Adeus vidinha boa

A vidinha boa está quase, quase, quase a chegar ao fim.....e eu estou tão, tão, tão feliz por isso. Não fui mesmo talhada para estar parada, pode não ser normal, mas estou em pulgas para ter aquela sensação que as 24h do dia não me chegam. YUPIIII
Novidades em breve...

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Como tudo começou – última parte

Segunda-feira, dia 08 de Novembro de 2010, depois do trabalho lá fui eu rumo à Tavira jantar com o “desconhecido” (por esta altura ainda não sabia dizer o nome dele).
Jantámos, conversámos, rimos, olhá-mo-nos. Sim, ainda que tudo muito discretamente reparei que ele nesta noite me olhava de maneira diferente. Como a minha auto-estima, por esta altura, andava a “beijar” o chão não quis ver coisas além do óbvio. Contudo a ânsia de o ver de novo e prolongar o mais possível os momentos juntos eram uma constante de ambas as partes. Por esta altura já havíamos combinado encontrarmo-nos no fim-de-semana, num determinado lugar. Obviamente que não havia segundas intenções a única coisa que havia era uma imensa vontade de estarmos juntos, nunca nos questionando o porquê as coisas iam acontecendo naturalmente.  Tão naturalmente que quando nos despedimos nessa noite, ele foi levar-me ao carro, deu-me dois beijinhos na face e sem sabermos explicar as nossas mãos encontram-se e ficaram por momentos coladas uma a outra, como se quisessem eternizar aquele momento. Foi estranho, até constrangedor mas sem dúvida um momento único e inesquecível nas nossas vidas.
Já em casa, às 3h30 da madrugada, envio-lhe a pedido dele, uma mensagem a dizer que tinha chegado bem e bem à maneira portuguesa (sem qualquer propósito) despeço-me com um “beijo”. Minutos depois recebo esta mensagem: “You said beijo!!! I`m a very happy man now. Muito feliz. I`ll miss you too and very much looking forward to next weekend. I think you`re a incredible girl”.
Mal podia acreditar no que estava a ler, confusa e estranhamente feliz adormeci.
Claro, que no outro dia ao acordar tudo parecia um sonho, por momentos acreditei mesmo que era, a mensagem da noite anterior confirmou-me a realidade.
O que mais me surpreendia era que naquele estado de espírito em que me encontrava como é que alguém tão interessante se poderia interessar por mim.
Nunca tive problemas de amor-próprio e sempre me relacionei muito bem comigo mesmo mas aquela fase não era de todo a melhor da minha vida, ainda assim não passei despercebida aos olhos de um desconhecido.
Três dias depois de o conhecer ele já me falava assim: “And about Holland, don`t worry. If this is real love we make it happen. Trust me….I`m very serious about it, you`re special”.
Agora revivendo esses momentos, passado um ano, parece que foi tudo muito rápido, mas possivelmente é isso que faz a diferença quando a ligação que se sente é tão forte, tão natural, tão genuína e tão bonita.
Voltamos a ver-nos na quinta-feira, dia 11 de Novembro, em Loulé. Foi estranho! Já “éramos namorados” mas aquele foi o momento do primeiro beijo. Quando mais conhecia aquele homem, mais o adorava.
No dia seguinte, sexta-feira, fui ter com ele a Monchique e passamos um fim-de-semana fantástico. O primeiro do resto das nossas vidas.
Subimos a Foia de bicicleta, o que também marcou este momento.
Estava a viver momentos inesquecíveis e inigualáveis aos 32 anos, contudo as certezas quanto ao futuro daquela relação eram nenhumas. Mesmo aqueles momentos valiam por tudo e não queria deixar de os viver.
Certo é que tive a prova que eu era de facto uma pessoa muito especial (não que ele não me o fizesse sentir a todo instante) quando me disse que gostaria de deixar a bicicleta e outros objectos pessoais na minha casa, para eu ter a certeza que aquilo não era apenas momentâneo, mas sim algo muito serio na vida dele. Foi, de facto, um momento muito marcante para mim e, dadas as circunstâncias, foi a certeza que ele voltaria.
E voltou, um mês depois de ir para a Holanda, voltou a Portugal, por 4 dias, para passar a Passagem de Ano comigo.
Ao longo dos meses fui tendo uma relação de amor/ódio com o aeroporto de Faro. Era viver a felicidade e o amor do reencontro (as borboletas na barriga, a ansiedade) e o ódio e a tristeza da despedida (as lágrimas e a saudade).
Não é fácil. Não foi fácil!   
Ao longo de 11 meses perdi a conta às vezes que o Gerben voltou a Portugal. Chegava a ir duas vezes no mesmo mês. Tal como ele me disse três dias depois de me conhecer: “. If this is real love we make it happen. Trust me”.
Eu vim pela primeira vez a Amsterdam, em Abril. Onde fui muito bem recebida por amigos e família. Apaixonei-me também por esta cidade maravilhosa e decidi, ao contrário do que havíamos planeado, ser eu a vir morar para cá.
Era impensável vivermos separados por cerca de 2500Km por muito mais tempo, por isso tal como tudo a decisão foi tomada naturalmente.
Já me perguntaram se foi amor à primeira vista. Não, não foi! Não me apaixonei por ele assim que lhe pus a vista em cima….mas…é verdade que nunca mais o quis longe da minha vista!!!
Adoro-o todos os dias da minha vida mais e até mesmo aquilo que não adoro, não têm importância comparado ao que sentimos um pelo outro.
Tal, como a minha querida avozinha materna me dizia, todo o tacho tem a sua tampa certa. Há umas que dão melhores que outras, mas só uma serve na perfeição.
Assim é o amor…
…..e tudo começou apenas porque eu lhe mostrei o caminho!




domingo, 27 de novembro de 2011

Esprit

Adoro esta campanha da Esprit, está espalhada por todas as ruas aqui de Amsterdam e despertou-me curiosidade, vale a pena ver, está muito bom.
Também se pode ir à página da Esprit  http://www.esprit.com/ e deixar lá o nosso desejo.



Parabéns ao Fado

Foi uma agradável surpresa saber que a UNESCO distinguiu o Fado como Património Imaterial da Humanidade, enquanto tradição e expressão da identidade da cultura portuguesa.  

Nunca fui uma grande adepta de fado, mas confesso que nos últimos anos e com esta nova geração de fadistas, muitas vezes me arrepio quando oiço. Ouvir fado ao vivo é qualquer coisa de grandioso. 

Eu sempre fui muito patriota  e gosto de "vender" e publicitar" o que é nosso e aqui tento fazê-lo ao máximo. Por isso estou muito orgulhosa!!

É também muito agradável perceber que muitas vezes os estrangeiros reconhecem Portugal através do Fado, que apreciam e fazem essa ligação. Curiosamente isso aconteceu-me na semana passada quando fui à Biblioteca Central aqui de Amesterdão, pedi ajuda a um funcionário, que depois me disse que era do Suriname, para me mostrar onde estavam os livros portugueses. A primeira coisa que ele me disse, depois de lhe confirmar que era portuguesa, foi que adorava ouvir fado e tinha pena de não perceber a língua. Obviamente que lhe perguntei quem é que ele ouvia e ele respondeu-me Cátia Guerreiro. Nem de prepósito. 

 

 

Eu adoro este, adoro!!!!!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Step by step

Passo a passo as coisas vão acontecendo e sabe bem. Quase poderia dizer que já me sinto em casa, mas se ainda não o sinto, posso ao menos afirmar que me sinto muito bem com esta etapa que escolhi para mim. 
Não é fácil renunciar a uma vida "estável" aos 33 anos, mas orgulho-me da minha decisão. 
Cada dia que passa tudo vai encaixando como um enorme puzzle, é preciso paciência, persistência e uma boa dose de optimismo. Mas optimista já eu sou por natureza, sempre gostei de ver uma pontinha de cor de rosa onde os outros só vislumbram negro. 
Seria caso para dizer:
Segue o teu destino
Rega as tuas plantas
Ama as tuas rosas
O resto é a sombra
De árvores alheias
                                       (Maria Bethânia)

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

My Everything

Quando começamos a namorar, bem, quando o nosso relacionamento era ainda qualquer coisa de platónico pelo menos para mim, havia uma ideia que não me saía da  cabeça. Mas porque me fui eu apaixonar por um holandês, com tanto raio de homem em Portugal, porquê um holandês. Nessa altura era a mesma coisa que me dizer a mim própria um alemão (daqui a pouco quando ele traduzir isto para conseguir ler vai-se passar). Não sei se mais gente partilhava da minha opinião, mas para mim (há pouco mais de um ano atrás) Holanda e Alemanha eram praticamente o mesmo país, a mesma cultura, a mesma frieza, a mesma “língua” estranha. É quase a mesma coisa que nos compararem com Espanha. E nós não gostamos, e eles também não! Há uma rivalidade enorme entre estes dois países e pelo que me vou apercebendo é talvez mais rancorosa que a nossa com Espanha. Obviamente que a língua não é igual, mas quando não se percebe nada de nenhuma é tudo rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr.
Ora bem, mas onde quero chegar e voltando um nadinha atrás, fazia-me imensa confusão pensar em ter algo sério com um holandês por todas as razões e mais alguma, mas havia uma particularmente peculiar….a frieza. Toda eu sou doce, como poderia eu namorar com uma pessoa que poderia não ser sentimental e viver intensamente as emoções.
Não poderia estar mais errada!!!Calhou-me na rifa uma pessoa fantástica, com um coração enorme, apaixonado (por mim, pelo Yofi, pela família, pelos amigos) romântico, companheiro, inteligente, aventureiro, divertido……………………falador (consegue ser mais que eu, é uma guerreia cá em casa cada vez que um quer falar). 
Esta música é dele para mim. E eu ADORO!!


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Amsterdam - 1

Estou viciada no meu blogue, só me apetece escrever, divagar e partilhar. Por onde quer que ande tudo me inspira para escrever. E o meu homem está comigo, hoje ofereceu-me um lindo bloco de notas, rosinha, como eu gosto, para puder registar todos os meus pensamentos, não vá eu perder algum.
Today, fui finalmente conhecer a Centrale Bibliotheek, que fica no centro, mesmo junto a Central Sation. É um edifício lindo com 6 andares de livros e mais livros e ainda mais livros para todos os gostos. 
Aí, como eu gosto de bibliotecas, do cheiro, da magia, da organização, das pessoas, do silêncio. Adoro!!! Ler, estudar, escrever numa biblioteca tem outro sabor. 
Bem, esta de pouco ou nada me servirá (entenda-se os livros que lá estão) se não aprender rapidamente o Neerlandês. 
Fui então encontrar, no segundo andar, a colecção de livros portugueses, antigos!!!! São cerca de 90 livros de autores como: António Lobo Antunes, Virgílio Ferreira, Lídia Jorge, José Saramago, Rosa Lobato de Faria, Mia Couto, José Rodrigues dos Santos (A filha do Capitão). Este último vou ler de certeza, pois há muito que andava a pensar nisso. 
Nuestros hermanos tem um corredor só para eles!!
Contudo, o último andar da biblioteca é assim qualquer de fantástico, tem um terraço, onde se pode beber um cafezinho, com uma vista panorâmica sobre Amsterdam, lindo, lindo!!!! Fiquei sem bateria, por isso não tirei fotos, fica para a próxima. 
A Biblioteca (foto da net): 


Esta foto foi tirada por mim (antes da máquina ficar sem bateria) e é para terem uma ideia da dimensão do uso das bicicletas aqui. É um parque de estacionamento junto à Central Station, são às centenas: 


 E...o meu bloco de notas, para não me esquecer de nada ;)

Pela manhã.......

Eu e o Yofas vamos ali dar uma corridinha e já voltamos, alguém se quer juntar!!!!?
 Está um dia lindo!!!!!!! SOL!!!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Sabores – 2

Gosto muito de cozinhar, fazer doces e bolos. Por isso decidi partilhar aqui também alguns dos meus dotes. Espero dar-vos ideias deliciosas para as vossas refeições.
Não invento nada, normalmente sigo receitas, mas confesso que acabo sempre por mudar alguma coisa à minha maneira.
Quando digo que gosto de cozinhar, não gosto de o fazer por obrigação, pois acho que a cozinha é também uma arte e como tal temos que nos sentir inspirados para criar. Um dos ingredientes que coloco em todos os meus pratos é paixão, paixão por aquilo que estou a fazer e tenho-me dado muito bem com este detalhe.
Ontem à noite o jantar foi bem português: bacalhau com natas, regado com um vinhozinho tinto.
Receita: Faço tudo a olho, por isso não digo quantidades exactas. O que fiz deu para três refeições à vontade. Cozer três postas de bacalhau (ahh encontrar aqui bacalhau é um pincel, da próxima vez que for a Portugal, trago a mala cheia). Depois de cozido escorrer a água, tirar a pele, as espinhas e desfiar.
Fazer um refogado com azeite, cebola e alho picados. Quando a cebola começar a amolecer juntar umas duas cenouras raladas. Deixa-se cozer um pouco e uns minutos depois junta-se o bacalhau à festa, mexe-se bem e continuamente para não pegar. Se estiver muito seco pode-se juntar um pouco mais de azeite (não muito). Temperar com sal e pimenta (atenção que se o bacalhau tiver gosto a sal é preferível não juntar mais) .Por ultimo junta-se batata frita palha, (dos pacotes). Envolve-se tudo e deixa-se cozer um pouco para a batata amolecer, junta-se depois meio pacote de natas e coze mais uns minutinhos.
Num pire-se (untado com azeite, para não pegar) coloca-se o preparado (eu juntei um pouco de tomilho porque adoro e entra em quase todos os meus pratos) e rega-se com mais um pacote de natas. Vai ao forno uns 15 minutos só para gratinar.
Acompanhem com uma saladinha.
É rápido, é fácil e DELICIOSO!!! 
Goede Eetlust!!
 

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Como tudo começou – Parte III

Já perdi a conta às vezes que contei esta história, que também é repetida entre amigos e familiares que não se cansam de a escutar. Entre nós é recordada inúmeras vezes e quase sempre são descobertos novos pormenores e vividas novas emoções. Sim, sou suspeita, mas é uma história bonita e é a nossa.
Apenas um parêntesis antes de prosseguir, ainda que não tivéssemos combinado este novo encontro, ela acabaria por ter que acontecer porque coincidência ou não, o “desconhecido” havia-se esquecido do seu casaco na minha casa (por esta altura já havíamos trocado contactos).
Segundo dia, 07 de Novembro de 2010, por volta das 14h, lá estava eu como combinado junto à Pousada da Juventude em Faro. Completamente equipada com a minha bike do coração e o equipamento como uma verdadeira BTTista.
O holandês, que ainda me fez esperar alguns minutos, quando apareceu, sem demoras me pediu pernoita na minha casa, com a promessa de me fazer o jantar.
Aproveitando-se, diz ele agora, que na noite anterior lhe tinha oferecido a minha casa numa próxima viagem a Portugal. Entenda-se numa próxima, não nesta!!!! Mas, como coração mole que sou, não queria que o rapazinho ficasse ao relento naquela noite e consenti, uma vez sem exemplo.
Prosseguimos então e fomos dar um lindo passeio de bicicleta pela Ria Formosa. Apreciando a natureza num belo e soalheiro fim de tarde de Novembro.
Regressados a casa foi enviada para a sala a descansar e eis que o desconhecido invade a minha cozinha, ouvindo música e cantarolando prepara-me o jantar.
Há, efectivamente, coisas que não se explicam, estava na minha casa com um desconhecido na minha cozinha, mas sentia tudo muito no lugar.
Jantamos e passamos um serão muito agradável na companhia um do outro e ouvindo Caetano Veloso (a sugestão dele).  
Por esta altura já eu o tinha convencido a ficar mais uns dias por Portugal (ela tinha um mês de férias e como planos ir para Espanha). Contudo havia-me dito que na manhã seguinte seguia caminho para Tavira. Antes de irmos dormir, sem muitas explicações, eis que sugiro:
- Se gostares de Tavira e pensares em ficar lá a dormir, diz-me pois poderei ir jantar contigo.
Ele:
- Ok, está combinado, jantamos juntos em Tavira amanhã.
Relembro que comunicávamos em inglês e eu não querendo mal entendidos referi:
-Não! Não deves ter percebido, se pensares amanhã em ficar em Tavira……
Ele:
- Percebi bem e já decidi, fico em Tavira e és minha convidada para jantar.
Eu:
- Oh, mas se calhar é chato para ti porque tenho que trabalhar e chego tarde a Tavira para jantares...
Ele:
- Estou de férias, tenho todo o tempo do mundo.
Assunto arrumado! Contra factos não há argumentos!
Que chatice no dia a seguir, depois do trabalho ainda tinha que ir para Tavira, jantar com o holandês (o nome dele nesta altura ainda era qualquer coisa que não conseguia decifrar).
Fomos dormir e na manhã seguinte cada um seguiu o seu caminho, com a certeza que nos iríamos voltar a ver dali a umas horas. 

Fotos do passeio de bicicleta:



Uma das canções deste dia (é um longo caminho):


 Até logo...

Detalhes - 1

Cheira-me que é hoje que chegará o terceiro episódio.


domingo, 20 de novembro de 2011

Com os Holandeses


Estou a ler este livro, escusado será explicar porquê. Confesso que está a ser uma desagradável surpresa, ainda bem que não o comecei a ler em Portugal, se não corria o risco de não pôr cá os pés. É uma critica pegada a todo o que diz respeito a esta Nação. O escritor defende-se, no início, dizendo  que  foram "vários e violentos choques que a Holanda e o seu povo me causaram, quando há mais de meio século me vi entre eles". 
Contudo foi aqui que encontrou as oportunidades da sua vida e construiu uma carreira, mesmo assim refere "não resisti ao desabafo" editando este livro em Janeiro de 2009. Sendo o mesmo muito bem aceite entre os holandeses. 
Quanto a mim está a ser "traumático" lê-lo, mas como gosto de terminar tudo o que começo vou prolongando o sofrimento. Mas há pouco tropecei nesta parte e confesso que estive por um nadinha de  o fechar e jogar para o lixo (não, vá rectifico, arrumar na prateleira).
"...essa outra de as mulheres se levantarem quando um homem as cumprimenta. Já por mais de uma vez me quiseram convencer de que o fazem por se sentir iguais, que ao contrário do Portugal em que nasci a mulher na Holanda conta. 
É possivel, mas como explicação não me satisfaz. Liberdade da mulher, com certeza, mais que em muitos outros lugares, mas da liberdade à igualdade vai um largo passo que poucas ainda deram. E a gente aproxima-se para lhes apertar a mão, e elas desgraciosamente levantam-se. Perturba."  
Perturbada estou eu com estas palavras escritas há menos de 3 anos atrás, por um senhor escritor, catedrático e que já viveu em vários continentes. 
Por amor à Santa, mais uma destas e acabou-se, não há paciência e boa-vontade que resista.

Een maand...

...que é como quem diz um mês. Mais hora, menos hora, estou na Holanda há um mês...e está a ser maravilhoso, parece que estou dentro de um sonho e não quero acordar. Ouvi e acreditei durante 33 anos que viver com um homem (namorado, marido...) era assim qualquer coisa como um mal necessário. Como tal nunca me meti em aventuras. Mas dividir um pequeno T1 em Amsterdam com um holandês é qualquer coisa de fantástico. Ao ponto de sentir a falta dele se estou na sala e ele na cozinha, será isto normal!!?
Não sou uma entendida na matéria como é óbvio, mas cá em casa levamos muito a sério o amor, o respeito, o diálogo, a brincadeira e tentamos não dar importância a pequenas coisas.  É preferível valorizar o que se fez bem, a criticar o que se fez mal.
Se discutimos?! Ui, quase todos os dias, não fossemos pessoas com personalidade forte e vincada. Mas, discutir é bom, significa exteriorizar emoções e não guardar mágoas.
Podia estar para aqui a divagar sobre este assunto a noite inteira, mas não há receitas certas e ainda bem, cada casal encontrará à sua maneira a melhor forma de ser feliz.
Esta canção diz-nos muito, faz parte da banda sonora da nossa história.



sábado, 19 de novembro de 2011

O Diário do Yofi - 1

Olá, o meu nome é Yofi, segundo o veterinário nasci no dia 3 de Outubro de 2009. Não se sabe ao certo porque algumas semanas depois de nascer fui abandonado. Não sei que mal fiz, possivelmente era um empecilho e por isso fui deixado junto a um caixote do lixo, numa noite fria de Novembro.
Felizmente fui encontrado tempo depois por um casal alemão, que me levou para casa e me tratou muito bem. Deram-me comidinha, água, uma mantinha e muitos miminhos. Mas eu estava assustado, maltratado, muito magro, cheio de pulgas e com ferimentos no pescoço (suspeita-se que me tentaram enforcar porque não tinha pêlo e tinha uma corda ao pescoço quando me encontraram, o que me provocou várias escoriações).
No dia seguinte fui levado ao veterinário que me tratou muito bem, mas não foi muito optimista no diagnóstico, pelo meu estado poderia não sobreviver. Era muito pequenino e com poucas defesas.
Os dias passavam, eu ia lutando pela minha vida, queria muito sobreviver e aos poucos fui recuperando e me habituando aos meus novos donos, já me apetecia brincar (gosto muito de brincadeira). Mal, sabia eu que mais uma prova de fogo estava para chegar à minha curta vida. Os meus donos, tendo os seus motivos fizeram circular um e-mail, dando-me para adopção.
No dia 21 de Dezembro de 2009, cerca das 18h, com pouco mais de dois meses de vida, conhecia àquela que é a minha dona actual. E sabem que mais, naquele dia não o sabia, mas hoje reconheço que foi o melhor que me podia ter acontecido, não que os meus donos não fossem bons, eram e muito. Mas o que me esperava era o paraíso.
Então, nesse mesmo dia, lá fui eu para outra casa estranha (levei os meus brinquedos e a caixinha a que já estava habituado a dormir). Nesse dia ela brincou comigo e tratou-me muito bem, no dia a seguir, também, e no outro, e no outro….até hoje!
Adoro a minha dona, dou-lhe tantos beijinhos e ela a mim, acho que sou o cão mais beijado no mundo. Confesso que ela, às vezes, é chata com tanto mimo, pois estou a dormir e ela acorda-me só para me dar mimos.
Mas com ela sinto-me seguro, bem tratado e amado. Ela faz tudo para me ver feliz, brinca comigo, tenta educar-me dá-me guloseimas, deixa-me dormir com ela na cama, leva-me a dar grandes passeios pelo parque várias vezes ao dia. Que mais posso eu querer.
Tento retribuir-lhe da mesma maneira, dando-lhe muitos miminhos, já lhe preguei sustos, alguns valentes. Como um, neste verão, em que comecei a tossir cada vez pior, ela aflita pegou em mim e foi para as urgências do Hospital Veterinário. Tiveram que me tirar radiografias ao estômago, mas a minha dona não pode entrar nessa sala e como demorou mais do que o previsto, ela quase entrou em pânico. Ela, às vezes exagera, eu sei, mas é porque gosta muito de mim.
No final, levei não sei quantas picas, tomei medicamentos e a tosse acabou por passar ao fim duns dias. Mas ela não ganhou para o susto.
Ah, agora tenho também um dono novo porque a minha dona apaixonou-se por um holandês, até viemos morar para a Holanda. Mas eu não sinto ciúmes porque ela dá-me a mesma atenção e tenho mimos e brincadeira redobrados.
No inicio foi tudo muito estranho meteram-me num carro durante três dias (o bom foi que a minha dona fez questão de parar em Paris para tirar fotos comigo na Torre Eiffel  e eu pude marcar território lá)  depois paramos aqui nesta terra gelada, o que vale em que em casa estou muito quentinho.
Apesar do frio também gosto muito do parque que há aqui perto de casa, é grande e delicio-me a correr atrás dos pássaros. Todos os dias faço amigos novos, parece-me que as pessoas aqui gostam muito de cães. Ainda não vi nenhum amiguinho meu abandonado e pelo que dizem é coisa que por aqui não se vê, ainda bem!
Bem, eu também tive culpa por a minha dona ter conhecido o meu dono. Ela foi passear-me e eu decidi fazer xixi junto ao banco onde o holandês estava sentado. Ela não sabe, mas eu fiz de propósito, pois estava muito tristinha nesse dia. Foi muito giro….mas como ela já vos começou a contar tem que ser ela a terminar.
A minha vida não começou bem e estive mesmo quase a morrer, mas hoje sou o cão mais feliz do mundo. Adoro a minha dona, adoro o meu dono, adoro a minha nova casa….ahhh e adoro andar de bicicleta.

Esta foi a primeira foto que a minha dona viu de mim, diz ela que se apaixonou logo. 



Primeiro dia em casa da minha dona, já estava a fazer das minhas.


Ora cá estou eu na Torre Eiffel.

Numa voltinha de bicicleta.


 Esta é só para dizer que a minha dona não resiste a este olhar.


Lambidelas,Yofi

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Tulipas

Os holandeses adoram flores, há quiosques espalhados por todo o lado, com variedades para todos os gostos. Há também um mercado só de flores, onde se podem comprar sementes, bolbos e tudo o que tem a ver com as mesmas.
Como tal, são consumidores frequentes, eu diria diários, pois não há casa que se entre que não exiba um belo ramo de flores frescas. 
Como será do  conhecimento geral, aqui a tulipa é rainha. Existem em todas as cores e até multicolores, durante todo o ano, sendo a época alta entre Março e Maio. No que me toca a mim, mal posso esperar para ir ver esta maravilha da natureza, criada pelo homem. 


Estas vieram morar cá para casa hoje e são LINDAS!!!


I'm happy


Estou feliz!
Pronto, tenho dito.
Good news! Mas para já é segredo.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Como tudo começou – parte II


Lembram-se onde ficamos????? Então, depois de um NÃO dito nas entrelinhas, surge o caminho de volta para casa. Três passos à frente ou talvez cinco….surge o arrependimento, os porquês, a frustração. Sem saber o porquê de tamanha revolta, só me perguntava qual era o problema de ir jantar com um desconhecido que conhecia meio mundo e ainda por cima gostava de andar de bicicleta. Assunto não iria faltar e praticava o meu inglês mais que enferrujado…
Nisto dou por mim a voltar para trás…mas…eis que surge o orgulho feminino, que iria eu dizer: “Ah, afinal, pensei melhor e aceito o teu convite”. Não podia fazer isso e arriscar-me a uma forte gargalhada ou olhar de indiferença. Nunca o faria e muito menos naquele dia e perante aquelas circunstâncias. Toca de volta para casa e o Yofi tontinho, às voltas comigo. Dois passos depois volto para trás com uma convicção, difícil de explicar, não quis saber. Recusava-me a ir para casa a chorar e a lamentar-me da vida, quando estava a um passo de ir jantar com um interessante desconhecido e poder partilhar experiências.
Nos poucos metros que me separavam dele, só tive tempo de pensar, tenho que superar o convite dele. Assim que chego, o rapazinho ainda estava à porta da Pousada, com a recepcionista (pior a humilhação). Nem pensei, da minha só boca saiu: “I have a better idea, I invite you to dinner at my house and I cook some Portuguese food”.  
Ah, pois é!!! Foi mesmo isto, sem tirar nem pôr. Ele (e a recepcionista) de olhos esbugalhados para mim e eu sem saber o buraquinho onde me enfiar….até que ele disse “Yes, I would very much”. 
Ahhhhhhhhhhhh, que alívio, mas ainda tinha que me safar do embaraço da recepcionista que assistia indignada àquela cena e nada melhor que lhe pedir um conselho culinário para o dito jantar. Não é que ela me foi útil (ainda não o fizemos, mas tanto eu como o Gerben queremos lá voltar para lhe contar o desfecho daquele jantar).
Bem, fui para casa, preparei um belo dum bacalhau com natas, arranjei tudo e à hora combinada lá estava eu na Pousada para o levar para a minha casa. 
Jantamos, bebemos um vinhozinho, ele ofereceu-me uma caixinha de Guylian (tão fofinho), conversamos imenso…aliás ele conversou imenso com ele mesmo, pois eu pouco percebi o que ele dizia, mas nada como um acenozinho de cabeça de quando em vez para me fazer entender (confesso que o meu inglês àquela altura estava muito enferrujado e o dele é praticamente perfeito). No meio de tudo percebi que ele tinha andado a viajar um ano inteiro pela Ásia, desde Nepal, Tailândia, Indonésia…. Enfim, nada de relevante.
A conversa arrastou-se e perto das 3h da matina, lá fui levar o holandês de volta à Pousada, não sem antes no caminho, o menino (atrevido) me propor uma voltinha de bicicleta no dia a seguir. 
Hummm, bem, como já tinha um compromisso canino na manhã seguinte, combinamos para a tarde. O mais interessante é que ele não fazia intenções de permanecer em Faro e não se importou nada quando percebeu que teria de ficar pelo menos mais um dia….enfim….pormenores à parte.
Este foi então o primeiro dia, amanhã haverá mais….talvez!
Continua…..

Estou capaz de comer alguém............

Caramba!!!!! Afinal neste país também há burocracias e enganos. Que frustração, primeiro a espera para ter finalmente o registo em Amesterdão, depois da inscrição no Instituto que me atribuiria uma escola para iniciar o Neerlandês, mais uma suposta semana de espera para fazer um teste...Depois de duas semanas e de não aguentar mais o silêncio, liguei para ouvir que o meu registo não tinha sido aceite porque fui registada como não europeia.....depois de todos os erros resolvidos, tenho que esperar mais uma semana....grrrrrrrrrrrrrrrr, não posso mais, quero fazer alguma coisa de útil!!!!!!!!!!! Please.

O adeus a Portugal

Há precisamente um mês dizia adeus a Portugal, à família, aos amigos, ao trabalho, à casa, ao carro, à praia, à comida, ao bom tempo…..
A decisão, não foi fácil, nem difícil, era o que tinha que ser. Um de nós tinha que dar este passo, inicialmente tudo indicava que seria ele, mas bastou vir a primeira vez a Amesterdão para me render e tudo ficar muito claro na minha cabeça.
Confesso que no que toca a decisões sou muito ponderada e decidida, uma vez tomada não há cá tempo para hesitações e “ses”. Até porque este era o caminho e isso sente-se, não se explica.
Depois de tomada fui vivendo o dia-a-dia, como se nada fosse, sem grandes preocupações. Fui contando a uma ou outra pessoa que não acreditavam.
O último mês foi vivido intensamente, com tudo a que tinha direito, medos, receios, angústia….mas não hesitação.
A primeira coisa que me costumou realmente fazer foi entregar a carta de rescisão de contrato no meu trabalho porque:
- Adorava o que fazia,
- Adorava as pessoas com quem tinha o prazer de trabalhar, colegas e clientes,
- Acreditava e acredito na Instituição onde trabalhei,
- Ganhava muito bem, tendo em conta os tempos que correm.  
Trabalhei até uma semana antes de me vir embora e por mim tinha trabalhado até ao último dia. Mas no que toca a trabalho, sou mesmo assim entrego-me de alma, coração, corpo e mente, adiante…
Custou muito dizer adeus à minha mãe, foi como cortar o cordão umbilical, a sério, ainda custa (nem quero adiantar mais).
O que vivi no último mês foi um misto de emoções alegria, tristeza, certezas, incertezas, angustia, stress, e uma vontade louca de abalar para tudo passar. Se calhar para alguns é muito fácil estas mudanças, mas para mim foi a primeira vez que mudei de país e toda eu sou coração.
Quanto à viagem, viemos de carro, para trazer a tralha quase toda e claro, o Yofi. 


 Foram três dias fantásticos, a cantar, a conduzir, a dormir, a fazer palhaçadas, a dar miminhos uns aos outros. O Yofi portou-se lindamente, é um cão fantástico e é meu!!!
Experiências incríveis na viagem:
Chegar ao Hotel Íbis de Valladolid, em Espanha e ver uns três cães na recepção e pensar isto é o paraíso. Quem tem um cão percebe o quão é difícil arranjar um hotel que os aceite.
Conduzir em Paris.
Fotografar a Torre Eiffel com os meus homens. 


Sair de Paris e ser beijada com este fantástico e duplo arco-íris. 
 Só posso acreditar numa coisa: bom presságio!!!!!!!!


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Sabores - 1

Namoro a um ano com um holandês e moro há quase um mês com esse mesmo holandês na Holanda. Apesar das muitas reuniões, jantares e convívios familiares nunca ninguém me quis submeter às iguarias holandesas. Ontem, depois de muitos pedidos, as minhas preces foram finalmente ouvidas. O meu homem cozinhou especialmente para nós um prato tipicamente holandês, de seu nome Boerenkool met Rookworst!!!



Ora então o que é isto? Perguntam vocês, eu respondo:
É uma espécie de puré de batata com legumes, que eu acho que é couve, acompanhado de uma bela salsicha fumada e bacon....e pronto é isto. Sé é bom??? Eu diria que se come, podia ser pior. O Yofi diria que é óptimo, pois ele quis repetir, a mim cheira-me que a culpa foi da salsicha.


terça-feira, 15 de novembro de 2011

O tudo ou nada!!

Aqui em casa está-se a levar muito a sério o jogo de Portugal com a Bósnia. Estamos os três (Eu, o Gerben e o Yofas) no sofá a torcer com todas as forças. Afinal se Portugal não for hoje apurado, não vai ser possivel ver,  eventualmente, Portugal a defrontar a Holanda no próximo Europeu.
FORÇA PORTUGAL!!!!!!!!!!





Que frio...

Ainda agora é Novembro e está um frio que não se aguenta, já tenho que andar toda encasacada (cachecol, luvas, gorro, botas e afins...).
Estou mesmo à espera de um dia acordar e ver tudo branquinho, quero tanto!!!!! Já que está tanto frio, podia ser já amanhã!!!!!

Como tudo começou - parte I

Não resisto em contar como tudo começou, faz todo o sentido, até porque foi esta história que mudou a minha vida de um dia para o outro e me trouxe até à terra das bicicletas.
Por incrível que pareça já fez um ano, parece tanto e ao mesmo tempo parece que passou a voar.
Sábado, dia 6 de Novembro de 2010, um dia ameno de Outono, como tantos outros. Quando acordei confesso que me sentia um farrapo, dado a acontecimentos não tão recentes da minha vida pessoal, mas ainda assim que demoravam a desaparecer. Prevendo um dia de muitas lágrimas e lamúrias pego no meu Yofi (o meu cão) rumo à praia, a ver se o mar me dava alguma paz de espírito. Depois de algumas horas ao som das ondas, mas não completamente satisfeita com a vida decidi terminar o dia na baixa de Faro (será importante dizer que é sítio para onde nunca vou). Há uma série de interessantes pormenores que guiaram o meu caminho e o do Yofi. Certo é que algumas dezenas de passos foram suficientes para, junto à Doca, um rapaz se dirigir a mim e me perguntar: Do you speak english? Confesso que havia reparado no mesmo, segundos antes, pelo pormenor da bicicleta.
Com o meu inglês arcaico lá lhe fui útil explicando onde era o posto de turismo, que fica mesmo ali a poucos metros. Contudo, e porque a minha alma de viajante está sempre muito atenta tive a intuição que o mesmo estaria fechado, afinal era sábado, à tarde e havia muito que o verão se tinha ido. Aproveito para passear o meu menino na área circundante de olhos postos discretamente no estrangeiro de malas aviadas numa bicicleta a pedal. Ora, pois não é que estava certa, lá veio o rapaz direitinho a mim a perguntar-me pela Pousada da Juventude.
Bem, tentando, na minha cabeça fazer um desenho mental de onde ficava a mesma, o melhor que me saiu em inglês foi: I take you there. Obviamente que não foi neste inglês que lhe disse, mas ele percebeu perfeitamente o que lhe quis dizer. Lá fomos os três, eu, ele e o Yofas, claro. De entre muitos assuntos percebi que partilhávamos da paixão por bicicletas e viagens, não andasse ele a viajar de bicicleta e eu fosse praticante amadora de BTT.
Depois de muita conversa e de perceber que ele queria seguir para Espanha tentei vender-lhe Portugal, nomeadamente Alcoutim, o melhor que consegui. Após o check-in na Pousada fiz uma última tentativa para o rapazito ficar em Portugal, mostrando-lhe o mapa das Ecovias que fica mesmo ali junto à pousada. Aos interessados: http://www.ecoviasalgarve.org/
O rapaz deve ter ficado tão impressionado que em tom meio tímido me perguntou se conhecia por ali perto algum restaurante Italiano e no mesmo segundo convidou-me para jantar com ele. Oh! Valha-me a Santa! Do ser simpática e prestável ao ir jantar com um desconhecido vai uma grande distância. A minha expressão de indignação deve ter sido tal, que não precisei responder, poupando-me a mim e a ele ao embaraço da negação.
                                                                                                                                             Continua…

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A Salsinha, porquê?!

Era assim que o meu avô me chamava. Nunca lhe perguntei porquê, pois ambos sabíamos a razão, não parava sossegada um minuto. Era a menina do avô e ainda hoje me sinto assim.
Este blogue nasce por muitas razões, mas a mais forte é porque, efectivamente, não consigo estar sossegada. Nunca consegui viver de rotinas e busco constantemente novos estímulos e desafios. Desta vez o coração falou mais alto e trouxe-me até à Holanda. Amsterdam é desde dia 19 de Outubro a minha cidade.
Como sempre gostei de escrever o que me ia na alma decidi criar este blogue para os meus amigos e para aqueles que não sendo amigos queiram partilhar das minhas experiências.
Hoje, mais do que nunca, sinto-me uma Salsinha, por "abandonar" tudo em Portugal e vir atrás do mais nobre dos sentimentos, o Amor.
E porque eu fui a Salsinha do avô, aqui fica a homenagem a esse grande homem que tanto me ensinou.