Sei que a amizade precisa de dedicação mas também precisa de espaço. Como
amiga não sufoco. Aceito, por exemplo, que os meus amigos que não estão cá, não
me venham ver. Sei que não é por isso que gostam menos de mim, tem outras
prioridades e eu aceito. Como aceito que outros tenham faltado ao meu casamento
ou nem se lembrem quando a minha filha faz anos. Não levo a mal. Eu também já
me esqueci, já não estive presente, já falhei. Mas ainda assim estou lá.
Hoje, a Olga, ou a Guinha, como lhe chamo comunicou-me que vai casar, no
verão, em Portugal. E eu quero muito lá estar. É o dia dela e eu quero abraçá-la.
Conhecemo-nos há uns 23 anos. Fomos as melhores amigas no secundário.
Inseparáveis, manas de coração.
Hoje, eu na Holanda, ela no Reino Unido. Não
nos vimos há uns 6 anos. Não nos ligamos sempre nos aniversários, Natais ou
passagens de ano. Falamos quando precisamos, seja para rir ou chorar. Pode
levar um mês ou um ano sem falarmos, é verdade. Mas quando isso acontece a
espontaneidade é a mesma, a amizade é a de sempre.
Ela falhou o meu, eu não quero falhar o dela. Gosto dela, gosto muito dela.
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