O que é certo é que entre mamadas, mudas de fralda, pôr a dormir...o tempo vai passado e não há tempo para muito mais.
Somos, ou melhor sou/era tão ingênua antes de ser mãe, ou se calhar parva ou otimista (vá, é assim que prefiro ver as coisas). Sempre ouvi dizer que os bebes dão muito trabalho e que não há tempo para mais nada e blá, blá, blá ...lembro-me até de uma professora na faculdade (não sei a propósito do quê) nos dizer "esqueçam as teses de mestrado ou doutoramento para quando forem mães". Não sei porque é que isto me ficou na memória mas ficou. Voltando ao meu otimismo, eu bem lá no fundo sempre pensei que se fosse mãe um dia, haveria de ser diferente comigo. Não que tivesse o tempo todo do mundo com um bebé, mas haveria de arranjar a maneira de me organizar para ter tempo para "tudo" e facto é que não tenho! Não tenho e pronto! E acho até que tenho uma bebé calma o quanto baste e que até faço bastante mas não consigo fazer tudo o que quero e que tenho planeado.
- Há talvez mais de duas semanas que ando para organizar o dossiê da Lia (com papelada, documentos, registro de nascimento e afins);
- Há outro tanto tempo que ando para iniciar o álbum dela de nascimento;
- Desde que ela nasceu que quero começar a escrever uma espécie de diário dela para ela;
- Organizar as fotos que vou tirando;
Já para não dizer que tinha planeado escrever mais aqui na Salsinha. Que queria/quero recomeçar a estudar holandês....ler um livro, ver um filme, também não. Ou então são tarefas que são deixadas a meio porque tenho este pequeno ser que me suga de meia em meia hora ou na melhor das hipóteses de hora a hora...mas isto não são queixumes, DE TODO, são apenas constatações de uma ingênua que admite que aqui em casa não é diferente.
É por tudo isto que penso frequentemente nas mulheres que embarcam na maternidade sozinhas, por decisão ou por acaso do destino, ou aqueles que por mais acompanhadas que estejam estão igualmente sozinhas nesta aventura. Não que seja impossível fazê-lo sozinhas, não o é, mas que é muito mais dificil, deve ser.
Eu tenho quatro semanas desta aventura, na qual estou rendida, e confesso que adoro a hora que o Gerben chega a casa e eu divido com ele este amor e esta responsabilidade. E ele, bem dele eu não posso dizer que me ajuda, pois isso seria injusto. Ele faz tudo comigo, ele não me ajuda, nós ajudamo-nos um ao outro. E é tão bom partilhar esta felicidade e este amor um com o outro. Este amor que nasceu de uma história tão bonita como a nossa.
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