quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Vou contar-te um segredo


Há aquelas mulheres que desde sempre sabem que querem ser mães, sonham com esse dia, esperam por esse dia, desejam esse dia. 
Há também as que não querem definitivamente. Ponto final. Parágrafo. 
Depois há as outras, como eu, que não estão muito para aí viradas mas não é um sim, nem é um não é um seja o que Deus quiser.
A minha irmã, que me conhece desde que nasci e que sempre acompanhou o meu não jeito com crianças (e que várias vezes me disse que havia pessoas -eu- que não tinham nascido para serem mães) ao fim de 4 dias de estadia cá em casa a observar-me como mãe teve que render-se as evidências:
- Para quem não tinha jeito nenhum com crianças, estás a sair-te muito bem como mãe!
O meu marido há uns dias:
- Para quem não queria ter filhos és uma excelente mãe. És carinhosa, cuidadora, preocupada e super brincalhona.
E é isto.
Não preciso que ninguém me o diga. Eu sei. Faço o melhor. Quero fazer ainda melhor. Este é o único papel na minha vida, onde eu quero ganhar um Óscar.
Amo esta piolha duma forma que não conhecia ser possível.
Amo Tudo…até os cocós. Há coisa melhor para uma mãe que o cocó do bebé. Eu adoro. TUDO.
Adoro cuidar. Ainda grávida deu-me um enorme gozo lavar (quase tudo) à mão, passar a ferro, organizar no roupeiro os vestidinhos, os casaquinhos, as calcinhas, os interiores, os sapatinhos, as fraldinhas….TUDO.
Passava/passo horas dentro daquele micro quartinho a cuidar destas mini-roupinhas e adoro.
O Gerben pergunta-me que tenho tanto para fazer, tiro dum lado, ponho do outro, mexo, remexo. Só para cheirar mais um pouquinho, para me deixar envolver.
Ele não tem ordem para “tocar” na roupa dela. Um dia tentou pô-la a secar. Vim de lá, feita leoa a rosnar. Não é certo, nem errado é o meu jeito. Quero que isto dure para sempre. Quero desfrutar o máximo possível. Até estender a roupa dela é com carinho que faço.
Não gosto/não gostava de engomar. Mas adoro a roupa dela.
Agora são as sopas. Cada dia uma nova, um alimento novo. Ontem fui ao mercado comprar legumes frescos. Vim para casa experimentar novas receitas para ela. Dar de comer é uma animação.
Amamentar, já falei nisso? ADORO. Acho que vou amamentar até ela sair de casa. Ok, se calhar é melhor não.
Quis muito amamentar, não foi fácil. Precisamos as duas de muita paciência, muito amor. Doeu? Sim, às vezes doeu muito, mas a vontade cura tudo e o amor também. É um momento tão nosso, só nosso. É mágico saber que o meu bebé alimenta-se de mim, tal como nos primeiros 9 meses na minha barriga.
O banho, com os patinhos, uma alegria. Tudo. Adoro Tudo.
Adoro poder acompanhar tudo aqui, na primeira pessoa. Ninguém me conta nada. Eu estou aqui. Eu sou a primeira a ver o primeiro sorriso da manhã, a dar a primeira sopa. Eu e o Yofi e depois o papá.
 É por isso que ela é tão minha. Dizem que não é minha. Mas é assim que a sinto. É minha. Será sempre minha. O meu coração é possessivo. Só sei amar de mais.
As birras, o choro. Custa? Custa! Fazem parte. Amar é isto. Na alegria e na tristeza. Eu estou lá. Para o mimo, para o colo, para o aconchego.
Brincar. Reaprendi. É tão bom. Ainda agora estamos a começar e já é tão bom.
Será AMOR isto que sinto!?
Para ti meu amor GRANDE!

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