Passaram apenas dois meses, não é nada, mas tudo parece diferente e aquela sensação que já não pertenço a este lugar.
Quando se viaja, ainda que por muito tempo, tem-se como último destino a nossa terra, o nosso lugar, a nossa casa. Agora a viagem é diferente, é o inverso, estou aqui de passagem e o meu regresso, o meu destino será outro lugar que não este. Talvez por isso este sentimento de não pertença a este lugar.
Cheguei de noite e o primeiro grande impacto foi a diferença de temperatura. Não estava frio, a contrastar com a brisa gélida que já se faz sentir em Amesterdão.
No dia a seguir a ter chegado esteve um dia fantástico de sol, quente mesmo!! Não via o sol praticamente desde que abalei. Nunca lhe tinha sentido verdadeiramente a falta, mas agora apercebo-me o quanto é importante e saudável viver num país com sol de inverno, a falta que ele me faz.
A praia....tive que a ver, ouvir...que saudades que tinha do barulho das ondas. Fiquei-me ali a pensar em nada, a desfrutar apenas daquele momento mágico. Percebendo que a felicidade está mesmo nas pequenas e simples coisas da vida.
A minha casa pareceu-me diferente...vazia, já não a sinto como minha, a minha está a muitos quilometros de distância.
Agora, aqui, na minha terra, na terra que me viu crescer e que me dá esta sensação de paz. Aqui sinto-me sempre em casa! Quem me dera eternizar este momento, que me dera poder voltar a este lugar sempre que o desejasse, não apenas em pensamento.
Muitas vezes, longe, lembro-me da serenidade que este lugar me traz. Gosto tanto de estar aqui!
Não tarda é hora de partir novamente...
Lutão, 25 de Dezembro de 2011.
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