quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

As palavras


Adoro falar e agora redescobri que adoro escrever. Mas o que eu gosto mesmo é das palavras, o que podemos fazer com elas, a sua força, a sua magia.
Claro que as mães são suspeitas, a minha sempre me disse que eu aprendi a falar muito cedo e correctamente, entendia-se perfeitamente o que queria dizer. Era muito explicada, como diz a minha mãe.
É um facto, adoro falar e confesso que sou melhor faladora, do que ouvinte, apesar de concordar com o ditado “se temos dois ouvidos e uma boca é porque devemos falar menos e escutar mais”. Já me esforcei por isso, mas pode-se muito pouco contra a natureza e a minha é de falar. 
Ainda que diga ser uma não boa ouvinte, adoro ouvir que fala bem, fico deslumbrada. 
Desde pequenina que as palavras me cativaram. Quando oiço uma palavra que não conheço, logo que me é possível vou ao dicionário, sou assim desde sempre.
Ainda me recordo de algumas que me marcaram imenso:
Ósculo e platónico, estas aprendi com uma professora de português, talvez no sétimo ano.
Céptica, esta foi daquelas que ouvi e disse, tens que ser minha, depois de saber o significado faz parte do meu leque.
E tantas outras que me ficaram no ouvido como pragmático, laica, resiliência (esta aprendi já na universidade), assertividade, empatia, paradoxo, sustentável (esta aprendi na escola secundária e adorei o significado)… São imensas e todos os dias aprendo novas (quer dizer agora aprendo mais em holandês, ihihih)
Gosto de falar com vocabulário diversificado e meter paixão e entusiasmo nas palavras.
Na universidade tinham colegas que apontavam, no gozo, as palavras, ditas caras, que eu usava. Elas não sabem que eu sei, mas sempre soube e agora é público.
Não me importo nada, nem levo a mal esta pequenez de espírito e sabendo disso até gosto de fazer pior.  

As palavras exercem em mim um enorme encantamento.  

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