terça-feira, 15 de novembro de 2011

Como tudo começou - parte I

Não resisto em contar como tudo começou, faz todo o sentido, até porque foi esta história que mudou a minha vida de um dia para o outro e me trouxe até à terra das bicicletas.
Por incrível que pareça já fez um ano, parece tanto e ao mesmo tempo parece que passou a voar.
Sábado, dia 6 de Novembro de 2010, um dia ameno de Outono, como tantos outros. Quando acordei confesso que me sentia um farrapo, dado a acontecimentos não tão recentes da minha vida pessoal, mas ainda assim que demoravam a desaparecer. Prevendo um dia de muitas lágrimas e lamúrias pego no meu Yofi (o meu cão) rumo à praia, a ver se o mar me dava alguma paz de espírito. Depois de algumas horas ao som das ondas, mas não completamente satisfeita com a vida decidi terminar o dia na baixa de Faro (será importante dizer que é sítio para onde nunca vou). Há uma série de interessantes pormenores que guiaram o meu caminho e o do Yofi. Certo é que algumas dezenas de passos foram suficientes para, junto à Doca, um rapaz se dirigir a mim e me perguntar: Do you speak english? Confesso que havia reparado no mesmo, segundos antes, pelo pormenor da bicicleta.
Com o meu inglês arcaico lá lhe fui útil explicando onde era o posto de turismo, que fica mesmo ali a poucos metros. Contudo, e porque a minha alma de viajante está sempre muito atenta tive a intuição que o mesmo estaria fechado, afinal era sábado, à tarde e havia muito que o verão se tinha ido. Aproveito para passear o meu menino na área circundante de olhos postos discretamente no estrangeiro de malas aviadas numa bicicleta a pedal. Ora, pois não é que estava certa, lá veio o rapaz direitinho a mim a perguntar-me pela Pousada da Juventude.
Bem, tentando, na minha cabeça fazer um desenho mental de onde ficava a mesma, o melhor que me saiu em inglês foi: I take you there. Obviamente que não foi neste inglês que lhe disse, mas ele percebeu perfeitamente o que lhe quis dizer. Lá fomos os três, eu, ele e o Yofas, claro. De entre muitos assuntos percebi que partilhávamos da paixão por bicicletas e viagens, não andasse ele a viajar de bicicleta e eu fosse praticante amadora de BTT.
Depois de muita conversa e de perceber que ele queria seguir para Espanha tentei vender-lhe Portugal, nomeadamente Alcoutim, o melhor que consegui. Após o check-in na Pousada fiz uma última tentativa para o rapazito ficar em Portugal, mostrando-lhe o mapa das Ecovias que fica mesmo ali junto à pousada. Aos interessados: http://www.ecoviasalgarve.org/
O rapaz deve ter ficado tão impressionado que em tom meio tímido me perguntou se conhecia por ali perto algum restaurante Italiano e no mesmo segundo convidou-me para jantar com ele. Oh! Valha-me a Santa! Do ser simpática e prestável ao ir jantar com um desconhecido vai uma grande distância. A minha expressão de indignação deve ter sido tal, que não precisei responder, poupando-me a mim e a ele ao embaraço da negação.
                                                                                                                                             Continua…

2 comentários:

  1. Nada acontece por acaso. Viva o Amor! Eu também encontrei o Raul num momento em que me sentia um farrapo também. Noite de Lua cheia...e por isso a nossa filha que já tem 2 anos se chama Lua...
    Admiro-te pela coragem. Continua a escrever, e continua a ser Feliz!

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