segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Como tudo começou – última parte

Segunda-feira, dia 08 de Novembro de 2010, depois do trabalho lá fui eu rumo à Tavira jantar com o “desconhecido” (por esta altura ainda não sabia dizer o nome dele).
Jantámos, conversámos, rimos, olhá-mo-nos. Sim, ainda que tudo muito discretamente reparei que ele nesta noite me olhava de maneira diferente. Como a minha auto-estima, por esta altura, andava a “beijar” o chão não quis ver coisas além do óbvio. Contudo a ânsia de o ver de novo e prolongar o mais possível os momentos juntos eram uma constante de ambas as partes. Por esta altura já havíamos combinado encontrarmo-nos no fim-de-semana, num determinado lugar. Obviamente que não havia segundas intenções a única coisa que havia era uma imensa vontade de estarmos juntos, nunca nos questionando o porquê as coisas iam acontecendo naturalmente.  Tão naturalmente que quando nos despedimos nessa noite, ele foi levar-me ao carro, deu-me dois beijinhos na face e sem sabermos explicar as nossas mãos encontram-se e ficaram por momentos coladas uma a outra, como se quisessem eternizar aquele momento. Foi estranho, até constrangedor mas sem dúvida um momento único e inesquecível nas nossas vidas.
Já em casa, às 3h30 da madrugada, envio-lhe a pedido dele, uma mensagem a dizer que tinha chegado bem e bem à maneira portuguesa (sem qualquer propósito) despeço-me com um “beijo”. Minutos depois recebo esta mensagem: “You said beijo!!! I`m a very happy man now. Muito feliz. I`ll miss you too and very much looking forward to next weekend. I think you`re a incredible girl”.
Mal podia acreditar no que estava a ler, confusa e estranhamente feliz adormeci.
Claro, que no outro dia ao acordar tudo parecia um sonho, por momentos acreditei mesmo que era, a mensagem da noite anterior confirmou-me a realidade.
O que mais me surpreendia era que naquele estado de espírito em que me encontrava como é que alguém tão interessante se poderia interessar por mim.
Nunca tive problemas de amor-próprio e sempre me relacionei muito bem comigo mesmo mas aquela fase não era de todo a melhor da minha vida, ainda assim não passei despercebida aos olhos de um desconhecido.
Três dias depois de o conhecer ele já me falava assim: “And about Holland, don`t worry. If this is real love we make it happen. Trust me….I`m very serious about it, you`re special”.
Agora revivendo esses momentos, passado um ano, parece que foi tudo muito rápido, mas possivelmente é isso que faz a diferença quando a ligação que se sente é tão forte, tão natural, tão genuína e tão bonita.
Voltamos a ver-nos na quinta-feira, dia 11 de Novembro, em Loulé. Foi estranho! Já “éramos namorados” mas aquele foi o momento do primeiro beijo. Quando mais conhecia aquele homem, mais o adorava.
No dia seguinte, sexta-feira, fui ter com ele a Monchique e passamos um fim-de-semana fantástico. O primeiro do resto das nossas vidas.
Subimos a Foia de bicicleta, o que também marcou este momento.
Estava a viver momentos inesquecíveis e inigualáveis aos 32 anos, contudo as certezas quanto ao futuro daquela relação eram nenhumas. Mesmo aqueles momentos valiam por tudo e não queria deixar de os viver.
Certo é que tive a prova que eu era de facto uma pessoa muito especial (não que ele não me o fizesse sentir a todo instante) quando me disse que gostaria de deixar a bicicleta e outros objectos pessoais na minha casa, para eu ter a certeza que aquilo não era apenas momentâneo, mas sim algo muito serio na vida dele. Foi, de facto, um momento muito marcante para mim e, dadas as circunstâncias, foi a certeza que ele voltaria.
E voltou, um mês depois de ir para a Holanda, voltou a Portugal, por 4 dias, para passar a Passagem de Ano comigo.
Ao longo dos meses fui tendo uma relação de amor/ódio com o aeroporto de Faro. Era viver a felicidade e o amor do reencontro (as borboletas na barriga, a ansiedade) e o ódio e a tristeza da despedida (as lágrimas e a saudade).
Não é fácil. Não foi fácil!   
Ao longo de 11 meses perdi a conta às vezes que o Gerben voltou a Portugal. Chegava a ir duas vezes no mesmo mês. Tal como ele me disse três dias depois de me conhecer: “. If this is real love we make it happen. Trust me”.
Eu vim pela primeira vez a Amsterdam, em Abril. Onde fui muito bem recebida por amigos e família. Apaixonei-me também por esta cidade maravilhosa e decidi, ao contrário do que havíamos planeado, ser eu a vir morar para cá.
Era impensável vivermos separados por cerca de 2500Km por muito mais tempo, por isso tal como tudo a decisão foi tomada naturalmente.
Já me perguntaram se foi amor à primeira vista. Não, não foi! Não me apaixonei por ele assim que lhe pus a vista em cima….mas…é verdade que nunca mais o quis longe da minha vista!!!
Adoro-o todos os dias da minha vida mais e até mesmo aquilo que não adoro, não têm importância comparado ao que sentimos um pelo outro.
Tal, como a minha querida avozinha materna me dizia, todo o tacho tem a sua tampa certa. Há umas que dão melhores que outras, mas só uma serve na perfeição.
Assim é o amor…
…..e tudo começou apenas porque eu lhe mostrei o caminho!




7 comentários:

  1. é uma história muito bonita, de facto :) Parabéns e, muitas felicidades :)

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  2. Como eu compreendo as tuas palavras Ana :-) Catarina

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  3. Olá Ana. Só agora, quando li a tua história, percebi a razão pela qual mudaste de vida. Acredita que fiquei com os olhos cheios de lágrimas. O amor é assim...fico logo piegas. As maiores felicidades Ana. Desfruta o máximo este momento tão lindo da tua vida. Beijinhos
    Paula carrusca

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  4. Obrigada Paula pelas tuas palavras tão bonitas e sinceras. É uma história linda, eu também sou piegas, sempre fui ;)
    beijinho.

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  5. eu n me canso de "ouvir" esta historia... :)BE HAPPYYYYYYYYYYYYY

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  6. Boa noite, engraçado encontrar outra bloger portuguesa por terras baixas.
    Adorei este post, porque é em tudo (ou quase) igual ao que me aconteceu a mim e que me fez mudar de vida radicalmente.
    Podes ver tudo sobre a minha vinda e a minha vida no meu blog.
    "Com os holandeses"
    Espero que tudo te corra como desejas, e que aproveites ao máximo o que a Holanda tem para oferecer.
    Patricia V.

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  7. Adorei a vossa história :) Deixou-me aqui com a lágrimazita no canto do olho :D**
    Que continuem muito felizes para todo o sempre :)

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